ESTUDOS BÍBLICOS

Saturday, September 20, 2014

DOM DE PROFECIA E MENSAGEM PROFÉTICA

"Irmaos, acerca do que é espiritual, desejo que não sejam ignorantes...foquem no amor e  busquem zelosamente a espiritualidade, especialmente o profetizar." 
Coríntios 12:1 e 14:1(livre tradução) 
(por Juliano Henrique Delphino)

Na caminhada cristã um dos alvos a serem atingidos é a santidade, pois sem ela ninguém verá o Senhor (Hebreus 12:14). Sua principal característica é a espiritualidade, a qual se manifesta através de sinais. O pentecostalismo com sua doutrina de um segundo batismo, que se dá pelo Espírito Santo, fundiu espiritualidade e sinais nos denominados "dons espirituais" (como popularmente são conhecidos) transformando-os em evidências físicas do que é santo.

Sem entrarmos no mérito da validade dessa doutrina, primeiramente precisamos entender o fluxo estipulado por Deus na caminhada cristã. Resumindo, este se dá da seguinte forma:

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Conversão      Santificação            Espiritualidade              Sinais

Compreender exatamente cada significado dos termos desse fluxo faz com que tenhamos uma ortodoxia (doutrina correta) de modo que não nos afastemos dos desígnios divino. Em contrapartida, qualquer equívoco pode nos levar ao entendimento errôneo.

O apóstolo Paulo ao escrever a carta à Igreja de Conrínto percebia a grande influência do paganismo sobre as práticas daquela comunidade. Por reminiscências da religião de mistérios, comer alimentos sacrificado aos ídolos, divisão da liderança, prostituição e mística, foram algumas das questões enfrentadas por ele. Na leitura da carta, há um escalonamento apologético sobre as condutas reprováveis e heresias introduzidas e os versículos transcritos no início desse texto são especificamente sobre a "mística".

A mística grega era um ritual de iniciação aos conhecimentos dos segredos e dos mistérios (gnose). Portanto, um místico, era um iniciado em um culto esotérico. Com o foco em conhecer e descobrir as coisas ocultas, a tradição dos místicos era por evolução em graus. Conforme o iniciado ia se aprofundando no ocultismo, falar em línguas estranhas, entrar em transe, proferir agouros e oráculos, e toda sorte de superstições eram marcas de crescimento dentro desses círculos fechados.

Como acontece nos dias de hoje na mistura de práticas do protestantismo, candomblé e espiritismo, nos conhecidos cultos de descarrego, cultos de libertação, cura interior e quebras de maldições hereditárias, era um caso clássico de sincretismo religioso. Para tratar esse problema, Paulo vai na raiz dos conceitos. 

Yaweh é um Deus que tabernacula (faz morada) com o seu povo e a forma como se relaciona é através de Alianças. Deus fez alianças com Adão, Noé, Abraão, Moisés e os hebreus e hoje através de Jesus. Deus não é de coisas ocultas, mas um Deus que se revela. Em Hebreus 1:1-3, temos:"Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;"


Santidade, portanto, é ser fiel aos termos da aliança com Deus!

Ora, a espiritualidade enquanto marca da santidade se manifesta através de uma vida em conformidade  e obediência aos mandamentos de Deus. O profeta (hb. nabi) do Novo Testamento, assim como no Antigo, não é aquele que prevê o futuro, mas é aquela pessoa chamada por Deus para exortar o povo ao arrependimento e regressar à fidelidade aos termos da Aliança.

O maior princípio da Nova Aliança em Cristo Jesus é o Amor. Por isso o apóstolo Paulo disse: foquem no amor e  busquem zelosamente a espiritualidade, especialmente o profetizar.

A verdadeira mensagem profética está em exortar a comunidade, à luz da Palavra de Deus, a se arrependerem dos seus pecados e regressarem ao "Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo."

Os sinais, como manifestações miraculosas da verdadeira espiritualidade não são a glossolalia inútil, nem o cai cai e outras coisas aterradoras, muito mais insufladoras do ego e da arrogância pseudoevangélica, do que da piedade bíblica. Deus é o Senhor dos sinais, e estes somente aparecem na medida que são para reafirmarem os termos da Nova Aliança.

Como respondeu Jesus aos fariseus e saduceus que pediam um sinal do céu:

"Uma geração má e adúltera pede um sinal, e nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. E, deixando-os, retirou-se. (Mateus 16:4) ...e esteve Jonas três dias e três noites nas entranhas do peixe...E começou Jonas a entrar pela cidade caminho de um dia, e pregava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor.(Jonas 1:17b e 3:4-5) 





     








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