ESTUDOS BÍBLICOS

Monday, September 15, 2008

SATANÁS PENSA POR NÓS

por Juliano Henrique Delphino


A fé cristã, em sua essência, é anárquica e democrática. Anárquica porque não se submete a nenhum governo ou autoridade humana (liberdade) e exige a plena adesão voluntária dos seus membros a Jesus Cristo (novo nascimento); democrática porque os rumos de seu corpo (igreja) são tomados pela convergência das opiniões dos cristãos.


Portanto, para ser cristão, assim como para o bom exercício da cidadania, é preciso ter senso crítico e tomar posições firmes diante do mundo. Enfim, é preciso pensar! Ao contrário do que foi difundido e incutido durante séculos: “crente não é gentinha ignorante!”.


Sendo a igreja, nos moldes bíblicos, uma organização democrática, não há como negar que o consenso norteia suas relações e suas ações em todas as esferas. Contudo, a prerrogativa da liberdade traz consigo a responsabilidade e o dever das pessoas de se exprimirem. A omissão, a não participação e as interferências externas na espontaneidade individual funcionam como um câncer no sistema democrático e, consequentemente, na igreja.


A maior arma de Satanás para destruir o homem é submetê-lo à escravidão. Em sociedades livres, a sua estratégia para aprisionar é fazer o ser humano não pensar, ou ainda, pensar por você, de tal sorte que as pessoas achem que estão agindo por vontade própria quando na verdade é o inimigo que as está conduzindo.

Para tanto ele utiliza a mídia e a propaganda como formas de espalhar ideologias e alienar os seres. Como Noam Chomsky costuma dizer: a propaganda (mídia) funciona nos regimes democráticos o mesmo que o cassetete nos regimes tirânicos.


Assusta-me ver o crescimento de seitas pseudo-cristãs, de denominações heréticas, misticismo, distorções doutrinárias, tudo comandado por “pastores com propósitos”, “bispos”, “missionários”, “levitas”, “super-apóstolos” e “novos messias”, por meio de programas de rádio e televisão. Proporcionando “testemunhos” de exorcismos coletivos, experiências no espírito, milagres no atacado e enriquecimento sobrenatural.

O mais impressionante é ver a tolerância, aceitação e adesão dos evangélicos a essas coisas, me fazendo refletir e concluir que não estamos meditando na Bíblia, nem pensando, mas alguém está pensado por nós!


E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita. (2 Pedro 2:1-3)

Monday, January 21, 2008

O PIOR QUE HÁ EM NÓS

por Juliano Henrique Delphino

Nosso medo de Satanás não reside no seu suposto “poder” ou em sua “transcendente” capacidade de destruir – como se ele fosse o negativo de Deus, o que ele não é –, mas no fato de nos identificarmos com ele. De vermos nele a maldade que há a todo custo rejeitamos: o maligno que em nós existe.

Já se culpou a serpente por todos os males da humanidade, e já se fez dela a responsável por tudo de errado. Ainda que digna do Gehena (inferno), pois o mal entrou no universo por causa dela, a grande maioria dos males não foi por ela causado, e sim por nós.

Para tanto, o diabo não precisa fazer muita coisa. Basta suscitar ou instigar o que há de pior no homem. Essa é a natureza da tentação (Tiago 1: 13-15)

Não foi Satanás quem matou Abel; mas Caim, assim como foram os espanhóis que dizimaram os índios; os portugueses que mataram os negros; Hitler quem exterminou os Judeus e os americanos que explodiram Hiroshima. A Bíblia não faz um histórico dos pecados dele; mas dos pecados da humanidade. Ele apenas atiça o que há de pior em nós.

Pelo que há de pior nos fazemos seus filhos (João 8: 44). Nos tornamos adversários de Deus, de Sua obra, de Jesus Cristo. Sempre pelo pior que há em nós.

Há muito tempo nos esquecemos do melhor, daquilo que só Jesus pode fazer brotar, não deixando o maligno nos tocar (I João 5 :18). Mas insistimos em apegar-se ao que é passageiro (I João 2: 15-17).

São os nossos olhos... Sim! São os nossos olhos!

O olhar denuncia as trevas interiores (Mateus 6:22-23). A boca testemunha sobre o interior, sobre o coração (Lucas 6:45). Não é o que vem de fora que nos contamina; mas o que sai de dentro (Marcos 7:15).

Conheci um jovem. Semelhante ao jovem rico que encontrou Jesus: irrepreensível no cumprimento da Lei. Moralista e religioso. Era admirado por todos os que o cercavam. Mas como o da Bíblia, lhe faltava uma coisa.

Há um tempo esse jovem se volta para o mundo com um ar de admiração. Seu olhar denuncia, a sua boca testemunha, e pensa que é o exterior que lhe contamina. E a cada dia é seduzido pelos manjares do rei.

Mas lhe digo: “...eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, ma a ti cumpre dominá-lo.” (Gênesis 4:7b)